Título Original: Vox
Livro: único
Autor(a): Christina Dalcher
Editora: Arqueiro
Gênero: Literatura Estrangeira/Drama/Distopia
Páginas: 320
Ano: 2018
ISBN: 9788580418897
Sinopse: Uma distopia atual, próxima dos dias de hoje, sobre empoderamento e luta feminina.
O SILÊNCIO PODE SER ENSURDECEDOR #100PALAVRAS
O governo decreta que as mulheres só podem falar 100 palavras por dia. A Dra. Jean McClellan está em negação. Ela não acredita que isso esteja acontecendo de verdade.
Esse é só o começo...
Em pouco tempo, as mulheres também são impedidas de trabalhar e os professores não ensinam mais as meninas a ler e escrever. Antes, cada pessoa falava em média 16 mil palavras por dia, mas agora as mulheres só têm 100 palavras para se fazer ouvir.
...mas não é o fim.
Lutando por si mesma, sua filha e todas as mulheres silenciadas, Jean vai reivindicar sua voz.
Escrito pela autora Christina Dalcher e publicado ano passado pela arqueiro, li vox apenas esse ano, mais precisamente no inicio de março, onde já não aguentava mais esperar, era muitas resenhas falando bem, era sobre luta feminina, furei a fila e li, e o livro é bom, só não foi excelente, e eu culpo uns capítulos finais, como posso dizer, fiquei com aquela sensação de esperar mais da história que começou bem, se desenvolveu até certo ponto bem, mais a conclusão foi pequena e insatisfatória pra obra, dava para fazer um final épico sim, apesar dos apesares a temática não deixa de ser importante e acho se que muitas pessoas deveriam ler esse livro.
Por se tratar de luta feminina contra um sistema opressor, eu tive que preparar um pouco o emocional para a leitura, do contrário me afogaria na raiva que passei logo ao iniciar a leitura, confesso que a vontade de chorar e a sensação de impotência também aflora, ao mesmo tempo que ficamos a pá da situação feminina, pela Jean também temos um certo alívio cômico pela maneira que ela nos transmite atual situação, pois ela é bem irônica e abusa do sarcasmo no silêncio do seus pensamentos, pensamentos esses, que a gente se torna ciente porque enfim, ela está impossibilitada de expressa suas palavras à vontade por conta de uma nova lei que obriga a mulher a falar apenas 100 palavras por dia, essa palavras são tão preciosas para Jean que ela prefere economiza o máximo possível para gastar apenas com sua filha, que infelizmente vive a mesma situação que ela.
Faz apenas um ano que a sociedade elegeu um líder religioso, que teve essa brilhante ideia de impor uma especie de freios nas mulheres, e busca transforma a cidade onde homens são os provedores da sociedade e as mulheres acessórios do lar, que deve cumpri seu papel de dona de casa exemplar com direito a falar apenas cem palavras por dia. Porém, como ainda estão em momento de transição e nem todos os homens são competentes para exercer alguns tarefa por não terem especialização, Jean uma grande ex-cientista ver sua oportunidade de acabar com esse sistema, quando o atual presidente busca sua ajuda em um projeto secreto cujo ela pode ser a chave para solução.
Sobre as figuras masculinas do livro, nem preciso dizer o quanto são escrotos e nada solidários são com a situação, apesar de ter entendido que a autora que passar, que essa é a natureza do homens, eles não discutem, eles apenas aceitam o que é colocado na sua realidade, e pronto, me decepcionou um pouco, esperava pelo menos alguma alma com o cromossomo Y indignado com a situação, o marido da Jean, até tentou cumpri esse papel, mas falhava aqui e ali, ao ser deboista demais com a situação, era tipo ok, eu não gosto disso também, mas essa é a nossa nova realidade, o que podemos fazer além de nos conforma? E acho que assim como a Jean, isso me matava um pouquinho, ao saber que nem com o parceiro que aparentemente ela escolheu para passa a vida, ela poderia contar para muita coisa.
Outro personagem, que me dava vontade de entrar no livro, imobilizar ele e falar rios e rios de palavras só para incomodá-lo, em quanto eu daria uns belos tapas na cara dele, é o Steven, filho da Jean, o mais velho dos quatros, ele era simplesmente o adorador do atual sistema, ao ponto de provocar medo na irmã mais nova, de tão extremista que ele era, a falta de empatia do garoto é tanta, que ele acha justificável a existência desse programa pra coloca as mulheres no lugar que elas merecem, e que o castigo caso ultrapasse os limites são necessário pra evitar o homem de ter que lhe dar com sua parceira e seus questionamento, que para eles são perda de tempo.
Mas não vou cuspi fogo somente nos homens do livro, pois também achei incrível como muito das mulheres parecia ter aceitado bem o novo estilo de vida, acho que ai começo meu pequeno incomodo com o livro, pois esperava mulheres se juntando para encontrar uma saída contra esse sistema, minha impressão era que Jean iniciaria uma luta sozinha, por ela e sua filha, e outras mulheres se benificiária com isso, caso ela conseguisse, o que torna a protagonista humana, é que ela não é só uma mulher revoltada com o sistema, mais ela também é uma mulher que comete erros, mesmo com esse novo sistema recheado de punição para mulheres, inclusive é outro ponto que me incomodou, pois, para mim pelo menos, a motivação mudou, passou de derruba o sistema pelo bem do sexo feminino, para preciso acaba com esse sistema antes que ele acabe comigo, pelos erros que cometi, caso seja descoberta, estarei ferrada, mais que ferrada, acabada.
*** SPOILER ALERT ***
CASO AINDA NÃO TENHA LIDO O LIVRO, E VEIO POR AQUI SÓ SABER MINHA OPNIÃO SOBRE A LEITURA, VOCÊ PODE PARAR DE LER AQUI, E VOLTAR PRO HOME DO BLOG E CONFERIR OS OUTROS POST'S, POIS ABAIXO FALAREI DE ALGUMAS CENAS QUE ME MARCARAM UM POUCO NESSA LEITURA...
...
Algumas cenas me marcaram nessa leitura, e acho que a primeira delas é quando a filha da Jean tem um pesadelo, e ela por ter excedido as palavras, fica impossibilitada de conforta a filha e nenhum outra pessoa da casa faz por ela, porque são homens e não tem o extinto maternal para acalma uma criança pós pesadelo, a própria criança sofre pois acaba gastando palavras sem querer no seus contador, a sensação de frustração nessa cena não recomendo a ninguém, e o modo que logo após a Jean se revolta e manda um bom e sonoro palavrão pro seu vizinho que reclama do surto, foi um pouco satisfatório, mesmo imaginando que tal ato seria punido brevemente assim que o sistema se inteirasse.
Outra cena que mexeu com meu coração é quando a filha da Jean chega toda orgulhosa em casa por ter ganhado um prêmio, porém quando nos inteiramos sobre o que ela estava concorrendo é revoltante, e se eu fosse a Jean teria quebrado aquele prêmio em mil pedacinhos, mas compreendo que o melhor seria se revolta em silêncio, do que destruí a breve felicidade de uma garotinha.
Mais uma cena, é quando Steven como um bom homem, está se pegando com a namorada e tem um ereção, uma reação involuntária do corpo, e claro, como homem, ele culpa a mulher por ter causado isso e decide reportá-la, como se ele não tivesse culpa do ocorrido e as consequências me deu um embrulho no estomago, claro que a garota é punida, e a cena é uma releitura creio eu de uma passagem bíblica, onde a pecadora é posta no meio da praça pública, tem seus pecados expostos e a população tem que julgá-la, enquanto isso é transmitido ao vivo pelas emissoras, a mãe da garota encontra uma maneira de usar o próprio sistema para acabar com sua dor de mãe perdendo uma filha.
A última cena é meio que uma consequência, da que citei a cima, pois cheio de culpa, Steven finalmente acorda e decide um pouco tarde de mais, porém não tarde o suficiente, rema contra o sistema, e ele sendo filho da Jean, nem preciso dizer que vai ser um novo problema pra nossa mocinha resolver.
*** FIM DE SPOILER ***
E é isso, apesar de ter me decepcionado um pouco com o final, é uma boa leitura, necessária até, indicaria com toda certeza, mas confesso que estava esperando uma obra que me impactasse do começo ao fim, infelizmente não foi possível, terminei a história avaliando-a com nota 4 de 5 estrelas.